segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Ideologia e indústria cultural




Podemos entender as culturas como programas ou códigos que são construídos e transmitidos por meio das práticas, saberes, valores e normas que organizam as sociedades. O processo de modernização e industrialização que se iniciou no século XX culminou em novas formas de interagir, construir, transformar e transmitir as culturas das mais variadas sociedades, mas a consolidação da indústria cultural só foi possível através de um sistema de mercado baseado no consumo de bens, sendo ele material ou imaterial. Ou seja, o Capitalismo.        



Dentro desse sistema as sociedades enxergam a cultura como produto, na qual tudo que usufruímos são produtos construídos e distribuídos entre as massas. Esses aspectos impregnados no nosso cotidiano como a cultura imaterial (hábitos, práticas, costumes) inseridos e transmitidos pelos meios de comunicação (TV, rádio, cinema, literatura) – às vezes dando visibilidade de forma positiva ou negativa  – e a cultura material, que são os objetos produzidos pelos grupos sociais ou criados pela indústria cultural, construídos através da necessidade gerada ou simplesmente um bem que gera uma nova necessidade. Podemos citar como exemplo utensílios domésticos mais tradicionais como a panela de barro, o fogão à lenha e a vassoura. A partir do momento em que esses bens culturais viram produto de mercado eles perdem, geralmente, sua historicidade (origem) e são resignificados, padronizados e aperfeiçoados, adaptando ou gerando mais necessidades: a panela elétrica especifica para cada tipo de comida; o forno elétrico, que não precisa de gás; o aspirador de pó, que facilita a limpeza, mas gasta mais energia elétrica.      
Para que essas dinâmicas culturais ganhem legitimidade é preciso que exista uma homogeneidade desse tipo de pensamento e isso só é possível através da propagação de uma ideologia dominante. Esse incentivo em consumir é gerado através das publicidades e propagandas veiculadas em todos os meios de comunicação que estão naturalizados e ocultos na vida cotidiana.              
Nesse contexto capitalista Marx via a ideologia como representação do mundo que visa à manutenção dessas relações de poder; já Gramsci vê a ideologia como concepção de mundo partilhada pelos grupos sociais, atribuindo sentido as experiências de vida.
Nessa perspectiva, a ideologia ganha um tom de alienação por atribuir sentido a todo produto criado pela indústria cultural. A cultura vira um produto para consumo e trocável por dinheiro.  A produção e transformação desses bens culturais em produtos distorce a realidade social, impedindo a reflexão critica sobre as realidades vivenciadas. Não importa a história ou a intenção de determinados bens e sim o seu valor de consumo.        
Apesar de tudo, no final do século XX iniciou-se uma discussão em torno desses aspectos da indústria cultural de massas, despertando o senso crítico através dos abusos do consumo, seja por via da internet ou por meios tradicionais da comunicação (TV, rádio e jornal). Alguns artistas, como o cantor e compositor Criolo, se aproveitam da massificação produzida pela indústria cultural para falar dos problemas sociais envolvendo a cultura do consumo, desigualdade social, política, entre outros:



O que é indústria cultural?   
É um conceito para designar esse modo de fazer cultura a partir da lógica da produção industrial, no qual o objetivo é o lucro. Isso só é possível através da padronização desses produtos.  

O que é cultura de massa?   
É um conceito atrelado a ideia de indústria cultural, no qual são determinadas ou aproveitadas as dinâmicas culturais para serem espalhadas para toda sociedade, sem distinção de classe social como os filmes e seus gêneros (romance, ação, terror, e etc.).     

O que é ideologia?    
Geralmente é representada pelo conjunto de ideias e valores que orientam as ações e pensamentos dos indivíduos com base naquilo que acreditam. Esse tipo de visão acaba ganhando a ideia de alienação através da perspectiva de Karl Marx.


2 comentários:

  1. Na Bíblia, Jesus é o mediador entre Deus e os homens. Na sociedade, seu Deus é o dinheiro, gerado pela indústria, sendo disseminado os seus "valores" ou "características culturais próprias" por todas as massas, dando essa disseminação como a sua "palavra", por assim dizer.

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  2. A Sociologia Tem algo Muito Bom pra Nos Ensinar ,Instrumentos Para Um Melhor Aprendizado Do Mundo Que Nos Cerca, E Em Diversas Redes Sociais Que Se Formam Em Torno De Nós Principalmente, Nesse Momento, Com o Fortalecimento da Globalização.

    Moreira e Silva

    Aluna: Jamyle Araújo De Oliveira N° 21 Série: 2° Ano "D" Turno:matutino

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